FOTOS VALMIR Quixeramobim |
Os criadores de gado da Zona Norte estão sofrendo com a falta de milho para a criação de animais. De acordo com eles, as idas quase diárias à regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de Sobral estão sendo infrutíferas.
O criador Adail Basil Cavalcante esteve, ontem, pela quarta vez na Conab neste Município e não obteve sucesso. "Venho de carro de horário, sempre atrás do milho ou mesmo de informações, mas saio mais uma vez de mãos abanando", lamentou. Com sitio localizado no Jordão, disse que das 40 cabeças de gado que possuía, apenas dez sobreviveram e são responsáveis pelo sustento de sua esposa e dos 11 filhos. "Eu não sei como vou fazer, o preço da ração está alto demais e só dura três dias. Quando escuto o gado chorar de fome, peço a Deus força pra continuar e não chorar com eles", afirmou emocionado.
Em Forquilha, a Fazenda Olho D´água do criador Francisco Cassimiro Neto, também passa pelas mesmas dificuldades. Segundo ele, seu gado resiste apenas porque retira o lucro de um pequeno arrendamento para poder manter os animais. "Tenho um pedacinho de terra arrendado para a extração de cal, e é daí que venho tirando o dinheiro para comprar a ração, mas está difícil. Semana passada morreu uma de minhas vacas e deixou dois bezerrinhos, que estão sendo cuidados", lamenta.
O criador de 72 anos comentou que desde 1958 não tinha passado por uma seca como essa. "Tá tudo seco. Não tem mais de onde o gado tirar comida. Levo para pastar com o coração pesado, só tem terra para comer", enfatizou.
Ele observou que os agricultores que ainda têm algum alimento para o gado colocam preços absurdos. "Por qualquer molhinho de capim pedem de R$ 600,00 até R$ 1000,00. Assim não tem como manter. Esse fim de semana nós iremos atrás de cortar mandacaru, porque até os juazeiros já cortamos para servir de ração", explica.
Além da falta de milho, Francisco cita ainda os incômodos da locomoção, que é feita por meio de mototaxistas ou carros de horário. "Vim com três amigos, cada um pagou R$ 30,00 para os mototaxistas. Se viéssemos de carro de horário pagaríamos apenas R$10,00 cada um, mas andaríamos mais de 2km".
Rodovia
As margens da BR-222 foi o local que o criador Francisco Freire encontrou para alimentar seu gado. De acordo com ele, apesar de ser proibido levar o gado para próximo da estrada, aquele é o único local que seu rebanho ainda pode pastar.
O criador explica que está há quatro meses sem ração ou milho e faz diariamente o percurso de sua propriedade até a BR-222. "Saio de casa às 4h e ando 2Km tangendo o gado durante três horas. Aproveito o caminho para os animais beberem água, em um açude que já está muito baixo", salientou.
De acordo com o responsável pela Defesa Civil do Município, Jorge Trindade, a falta de água prejudica os criadores. "O gado tem água para beber e as plantas secaram. Hoje atendemos 1700 famílias com oito carros pipa, cinco do exercito e três do Município", disse.
O estado de emergência, segundo Jorge, foi prorrogado até novembro, mês em que a situação se encontrará mais crítica. "De acordo com os dados da Ematerce, 82% da produção foram perdidas, e isso acarreta na dificuldade da alimentação do gado", finalizou.
Segundo a Assessoria de Imprensa da Conab em Brasília, todo o Estado passa por escassez de abastecimento, não apenas a de Sobral, que atende a 4.850 criadores cadastrados em mais de 50 Municípios.
Esse problema ocorre devido ao impasse com o preço do frete cobrado pelas empresas do Sul do País, de acordo com a Assessoria. Além de pouco, o carregamento também não tem periodicidade. A informação é de que, uma média de 120 toneladas chegue às regionais por semana, inclusive a de Sobral.
No Município seriam necessárias 7 mil toneladas de milho por mês para atender à região, porém esse número tem alcançado menos de 10% do total, com 500 toneladas por mês. Algumas regionais como a de Russas chegam a receber mais milho devido a sua localização geográfica que é vantajosa em questão de frete, pois tem proximidade com a fronteira, de acordo com os dados da Conab.
Demanda
120 toneladas de milho são estimadas para que chegue às regionais por semana, inclusive a de Sobral, a fim de atender a demanda dos criadores
Mais informações:http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1180731
Assessoria de Imprensa da Cooperativa Nacional de Abastecimento
(Conab) -Brasília
Telefone: (61) 3312 6326 Crisanto Teixeira – Jornalista
Em Forquilha, a Fazenda Olho D´água do criador Francisco Cassimiro Neto, também passa pelas mesmas dificuldades. Segundo ele, seu gado resiste apenas porque retira o lucro de um pequeno arrendamento para poder manter os animais. "Tenho um pedacinho de terra arrendado para a extração de cal, e é daí que venho tirando o dinheiro para comprar a ração, mas está difícil. Semana passada morreu uma de minhas vacas e deixou dois bezerrinhos, que estão sendo cuidados", lamenta.
O criador de 72 anos comentou que desde 1958 não tinha passado por uma seca como essa. "Tá tudo seco. Não tem mais de onde o gado tirar comida. Levo para pastar com o coração pesado, só tem terra para comer", enfatizou.
Ele observou que os agricultores que ainda têm algum alimento para o gado colocam preços absurdos. "Por qualquer molhinho de capim pedem de R$ 600,00 até R$ 1000,00. Assim não tem como manter. Esse fim de semana nós iremos atrás de cortar mandacaru, porque até os juazeiros já cortamos para servir de ração", explica.
Além da falta de milho, Francisco cita ainda os incômodos da locomoção, que é feita por meio de mototaxistas ou carros de horário. "Vim com três amigos, cada um pagou R$ 30,00 para os mototaxistas. Se viéssemos de carro de horário pagaríamos apenas R$10,00 cada um, mas andaríamos mais de 2km".
Rodovia
As margens da BR-222 foi o local que o criador Francisco Freire encontrou para alimentar seu gado. De acordo com ele, apesar de ser proibido levar o gado para próximo da estrada, aquele é o único local que seu rebanho ainda pode pastar.
O criador explica que está há quatro meses sem ração ou milho e faz diariamente o percurso de sua propriedade até a BR-222. "Saio de casa às 4h e ando 2Km tangendo o gado durante três horas. Aproveito o caminho para os animais beberem água, em um açude que já está muito baixo", salientou.
De acordo com o responsável pela Defesa Civil do Município, Jorge Trindade, a falta de água prejudica os criadores. "O gado tem água para beber e as plantas secaram. Hoje atendemos 1700 famílias com oito carros pipa, cinco do exercito e três do Município", disse.
O estado de emergência, segundo Jorge, foi prorrogado até novembro, mês em que a situação se encontrará mais crítica. "De acordo com os dados da Ematerce, 82% da produção foram perdidas, e isso acarreta na dificuldade da alimentação do gado", finalizou.
Segundo a Assessoria de Imprensa da Conab em Brasília, todo o Estado passa por escassez de abastecimento, não apenas a de Sobral, que atende a 4.850 criadores cadastrados em mais de 50 Municípios.
Esse problema ocorre devido ao impasse com o preço do frete cobrado pelas empresas do Sul do País, de acordo com a Assessoria. Além de pouco, o carregamento também não tem periodicidade. A informação é de que, uma média de 120 toneladas chegue às regionais por semana, inclusive a de Sobral.
No Município seriam necessárias 7 mil toneladas de milho por mês para atender à região, porém esse número tem alcançado menos de 10% do total, com 500 toneladas por mês. Algumas regionais como a de Russas chegam a receber mais milho devido a sua localização geográfica que é vantajosa em questão de frete, pois tem proximidade com a fronteira, de acordo com os dados da Conab.
Demanda
120 toneladas de milho são estimadas para que chegue às regionais por semana, inclusive a de Sobral, a fim de atender a demanda dos criadores
Mais informações:http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1180731
Assessoria de Imprensa da Cooperativa Nacional de Abastecimento
(Conab) -Brasília
Telefone: (61) 3312 6326 Crisanto Teixeira – Jornalista
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